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Pr. Rúben Bullón abre semana de oração no UNASP-EC

O pastor Rubén Bullón começou seu ministério no Brasil, em 1998, em Brasília. Depois trabalhou em diversos estados brasileiros até 2009, quando aceitou o desafio de ser pastor da igreja hispana de Hillsboro, no estado americano de Oregon. Em 2011 foi chamado para ser evangelista da associação do Texas onde está atualmente. Casado com Rosilene […]

Texto: Redação

O pastor Rubén Bullón começou seu ministério no Brasil, em 1998, em Brasília. Depois trabalhou em diversos estados brasileiros até 2009, quando aceitou o desafio de ser pastor da igreja hispana de Hillsboro, no estado americano de Oregon. Em 2011 foi chamado para ser evangelista da associação do Texas onde está atualmente. Casado com Rosilene eles tem duas filhas, Julia de 11 anos, e Laura, de 5. Bullón será o orador da Semana de Oração, tradicional evento semestral realizado na Igreja do Unasp, campus Engenheiro Coelho, que começa hoje, sexta-feira 25/09. Ele concedeu essa entrevista diretamente dos Estados Unidos, enquanto se preparava para viajar em direção ao Brasil.

Qual a motivação do tema “Restaurados” da semana de oração? Por que considera relevante esse assunto para a igreja atualmente?

A ideia surgiu como parte dos meus estudos da cultura hispana nos Estados Unidos. Tanto pessoas como famílias estão quebrados ou se quebrando no nosso contexto latino-americano nos Estados Unidos. O imigrante que vem pra este país vem em busca do “eldorado” e nessa busca sacrifica tudo: família, filhos, amigos, princípios, fé. A história de Ruth é a história de uma imigrante que deu certo e foi o que me chamou a atenção no começo. Depois, estudando o tema com mais cuidado vi que não era só sobre a vida de uma imigrante, mas sobre a vida de toda aquela pessoa que quer ser melhor, quer chegar a algum lugar. Penso que é relevante por que cristianismo é isso: fazer do ser humano um ser humano melhor. Se minha fé não faz de mim uma pessoa melhor, um ser humano melhor, melhor pai, marido, amigo, colega então minha fé é absolutamente sem sentido. É bom lembrar que a restauração é um processo de toda uma vida que vai ser completada por ocasião da volta de Cristo à Terra.

A Igreja do Unasp-EC tem uma grande parcela de jovens como membros. Você já atuou diretamente com jovens durante seu ministério? Quais são as principais estratégias para alcançá-los?

A maneira de trabalhar com jovens é a mesma maneira de trabalhar com a maioria das pessoas: atender suas necessidades. O problema, e quem sabe seja o meu lado idealista falando, é que a grande maioria dos líderes “imaginamos” quais sejam as necessidades dos jovens. Na realidade o que nós, líderes, achamos que é a necessidade deles não é! Vou te dar um exemplo: o assunto da moda é cinema. Tenho acompanhado os debates, textos, vídeos sobre cinema. A juventude não está 1% preocupada com isso. Eles têm a opinião deles bem formada e não serão vídeos, textos, palestras que vão mudar isso. O que eu tenho visto que tem funcionado bem com a juventude são programas de voluntariado. Eles querem se sentir úteis, querem sentir que são relevantes. As ações de voluntariado ao redor do mundo se intensificam cada vez mais. A igreja tem acordado para isso em todos os lugares. Nos Estados Unidos as viagens missionárias são parte da cultura da igreja há varias décadas. Aqui na DSA os projetos Caleb tem essa mesma linha de ação. Em certo sentido o que faz falta é “tirar” o jovem da igreja e levá-lo ao mundo para que o cristianismo dele não seja uma teoria a mais. Num mundo de dor e sofrimento ele vai achar o real sentido para vida ajudando o seu próximo.

Como o senhor vê o cenário da igreja na América do Norte em comparação com a América do Sul? Há grandes diferenças e como elas podem ser resolvidas?

São duas situações muito diferentes. Em inglês existe a expressão: são dois animais completamente diferentes. Não são melhor ou pior. São simplesmente diferentes. Cada cultura tem suas nuances, seus paradigmas, suas peculiaridades. Comparar esses dois mundos é quase um crime. Essas diferenças se encontram também dentro da igreja. Na minha maneira de ver esse assunto, tendo trabalhado nas duas realidades, não deveríamos procurar resolver essas diferenças e sim respeitá-las. Um exemplo pequeno dessas diferenças está na maneira de escolha de pastores locais. Nos Estados Unidos a igreja local tem grande participação nesse processo. No Brasil esse processo é de responsabilidade do comitê executivo dos campos locais. Qual das duas é a melhor maneira de gerenciar? Minha resposta é: as duas. Cada uma dentro do seu contexto. Isso se aplica a tudo o que tem haver com regras e costumes na igreja.

Quando se fala em Bullón lembra-se logo do grande evangelista Alejandro. Como o sobrenome influenciou em seu ministério? Quais os pontos positivos e negativos de carregar um nome de peso?

Ser filho do meu pai foi é uma bênção. Meu pai é um bom pai. Não é perfeito mas é um bom pai. O ministério dele é algo especial e poder acompanhar de perto foi interessante. Hoje além de pai e filho somos bons amigos que dão muita risada juntos. Às vezes nos encontramos pelo mundo afora. Outro dia nos encontramos no aeroporto da Cidade do México meio que por acaso. Foi muito engraçado. A maior influência que meu pai teve em mim foi a visão de missão da igreja. Quando a igreja pensa que sua missão é ser a única, é fazer ou deixar de fazer, é julgar, é vestir então algo anda muito mal. A grande herança que recebi do ministério do meu pai é a luta quase “Quixotesca” de levar o membro da igreja a entender que sua missão é compartilhar Jesus com alguém. O dia em que a maioria dos membros da igreja entenderem isso e se dedicarem a fazer isso a igreja vai crescer como nunca antes por que vai se tornar relevante outra vez. Compartilhar Jesus é se misturar com as pessoas, atender suas necessidades, simpatizar-se por elas, amar sem julgar, ganhar sua confiança e depois dizer: me siga. Não tem uma autora que falou sobre isso? Quem sabe algum bom seminarista me ajuda a lembrar quem foi. Honestamente não lembro de problemas que tive por ter o sobrenome que tenho. Sempre recebi muito carinho da igreja e dos seus líderes por causa do carinho que eles têm pelo meu pai. Por onde vou sempre tem alguém muito agradecido a meu pai por algo e eu recebo essa gratidão em forma de um forte abraço. É bom demais.

Qual seu texto bíblico preferido e por quê?

João 3:16. Por que é a essência de tudo o que está na Bíblia. Se toda a Bíblia desaparece-se e fica-se somente esse texto teríamos mais do que suficiente para entender o plano de Deus para nossa vida. Só mesmo Deus pra sintetizar de maneira tão incrível todo o evangelho em 28 palavras.

O senhor tem duas filhas e uma esposa. Como é o envolvimento delas no seu ministério, na igreja e em sua vida de modo geral?

Minha família não me acompanha na grande maioria das minhas viagens até porque elas têm sua rotina e fica difícil se adaptar a minha complicada agenda. Minha esposa é enfermeira e minhas meninas ainda vão ao ensino fundamental. Elas participam muito na igreja onde somos membros que é a igreja de Keene. Minha esposa canta no coral juntamente com minha filha maior. Alem disso minha esposa é uma excelente pregadora e atende várias igrejas pelo estado do Texas e isso me enche de orgulho. De modo geral o apoio delas é orando por mim enquanto estou em viagem. Minha esposa ensinou às minhas filhas a terem orgulho do fato que o pai delas é um pastor. Quando elas são perguntadas, seja na escola ou na igreja onde está o papai elas, de bate pronto, respondem: falando de Jesus para as pessoas. Não poderia, em meus mais incríveis sonhos, sonhar com uma família como a que Deus me deu.

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