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Culto de celebração pelo Centenário emociona igreja do UNASP-SP

O que a colina do Calvário tem para ensinar à instituição de ensino cristã que há 100 anos foi estabelecida em uma outra colina? Com o título “Duas Colinas Sagradas” o diretor geral do UNASP campus São Paulo, pastor Helio Carnassale, apresentou, no último sábado, dia 21 de fevereiro, na igreja do UNASP-SP, uma abordagem […]

Texto: Redação

O que a colina do Calvário tem para ensinar à instituição de ensino cristã que há 100 anos foi estabelecida em uma outra colina? Com o título “Duas Colinas Sagradas” o diretor geral do UNASP campus São Paulo, pastor Helio Carnassale, apresentou, no último sábado, dia 21 de fevereiro, na igreja do UNASP-SP, uma abordagem que trouxe para toda a escola lições importantes extraídas do que aconteceu no monte em que Cristo foi crucificado. O culto foi também mais um momento de celebração espiritual e comemoração pelos 100 anos do centro universitário.

Graça, transformação e esperança foram as palavras destacadas por Carnassale durante o sermão. O significado delas, no contexto da cruz, evidencia o propósito e o ensinamento maior revelados no Calvário para a conduta de uma instituição de ensino cristã e adventista como o UNASP-SP.

“Nós precisamos primeiro ser alcançados pela graça de Cristo, ter o nosso coração transformado e então vibrar com a esperança. Eu acredito que todo o meu sonho, todo o meu imaginário e o meu ideário de uma instituição ideal caminham na direção de uma instituição graciosa. Esta tem que ser marcada pelo amor, pela compaixão, pela firmeza, mas com amor; pela bondade e pela oportunidade que produzirão transformação que vai trazer a esperança. A nossa luta é que aqui seja um lugar de graça para que a transformação aconteça. Tendo transformação, temos esperança”, resumiu o diretor.

O momento do sermão foi também um passeio pela história e por lembranças preciosas para a memória daqueles que dividem com o campus centenário o legado de uma vida. Alunos atuais e alunos com muitas décadas de experiência se emocionaram juntos ao verem, em vídeo, a reprodução das palavras escritas por John Lipke, fundador do UNASP-SP, em 1915, quando relatou à administração da Igreja Adventista do Sétimo Dia as características da terra recém encontrada e o propósito do que ela se tornaria no futuro.

Cantando uma história

Com um ministério de 70 anos cantando no UNASP-SP e pelo mundo, o Coral Carlos Gomes se uniu à congregação para juntos cantarem novamente o Hino do IAE. Há quase 20 anos, essa letra e melodia não eram cantadas em uma programação oficial na instituição. A recordação emocionou os veteranos que estudaram no período em que esse hino era entoado quase que diariamente, desde a fase do CAB, Colégio Adventista Brasileiro.

Emocionado, o maestro e pastor Flávio Garcia, que durante 25 anos regeu esse hino nas capelas e programações com os alunos, expressou o significado que o hino representa para a sua vida. “Tenho guardada na minha mente especialmente a oportunidade que tive como família. Meu pai foi professor e diretor da escola. Mamãe foi professora. Essa escola e esse hino fazem parte da minha família”, disse.

Também emocionada com as lembranças de quando era aluna, a coordenadora do Curso de Pedagogia do UNASP-SP, Cristina Tavares, ao relembrar as palavras do hino que cantou muitas vezes, encontrou nelas significados que fazem o hino ainda atual. “Foi uma oportunidade muito boa. Emocionou, sim, claro. Eu vi o quanto ele ainda é atual. Imagino que quando era CAB, cantava CAB. Depois cantamos IAE. Hoje nós somos UNASP, mas todas as demais palavras são as mesmas, o espírito é o mesmo, a missão é a mesma. A gente sente uma nostalgia, mas com perspectiva de futuro. Vi um hino que não me lembrava só o passado, mas me projetava para o futuro. Eu disse assim: ‘por que não cantá-lo ainda hoje?’ Foi uma excelente iniciativa. Vamos cantar mais vezes e viver as palavras desse hino”, considerou.

Legado e reconhecimento

Durante o sermão, Carnassale recordou também a memória do pastor Geraldo Marski, que chegou ao UNASP-SP em 1933. Sendo aluno, servidor e pastor nos anos em que esteve no campus, suas ações, atitudes e palavras exemplificaram o que é a graça, a transformação e a esperança na vida de alguém.

Lembrado por sua simplicidade, humildade e outras características únicas, o pastor Marski teve um papel especial na história do diretor geral que hoje conduz o UNASP-SP. Foi ele quem ministrou a classe bíblica para o batismo e batizou o pastor Helio Carnassale quando este ainda era aluno do então IAC, hoje UNASP campus Hortolândia.
O pastor Davi Marski, filho mais velho do pastor Geraldo Marski, recebeu uma homenagem em nome do seu pai, demonstrada através do marco do centenário: uma reprodução da logomarca oficial do Centenário do UNASP-SP.

Juntos, o pastor Helio e o pastor Davi lembraram algumas histórias que demostram o caráter e a personalidade que marcaram a vida do pastor Geraldo Marski. Quando ainda era aluno, certa vez, juntou dinheiro para comprar um par de sapatos. Naquele período ele andava descalço, pois sua condição econômica era precária e a família o havia expulsado de casa após ele ter sido batizado na Igreja Adventista. Na hora de comprar o sapato, ele optou por adquirir uma Bíblia e assim ter a palavra de Deus diariamente para o estudo.

Durante seu ministério pastoral, enquanto atuava na cidade de Campinas, decidiu morar nos fundos da igreja para reverter ao colégio adventista da cidade, que passava por um momento de crise financeira, o dinheiro que seria usado para as despesas com o seu aluguel residencial. Sua atitude contribuiu para o benefício da escola que estava quase fechando naquele momento, e que funciona até hoje.

“Ao ver o carinho que os outros colegas tiveram para com o meu pai, nos emocionamos demais. Vemos que ele não só falava, ele vivia aquilo que falava. Papai era muito simples. Falava francamente, mas sem magoar as pessoas. Esse era Geraldo Marski”, lembrou o pastor Davi.

por Murilo Pereira

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