Acontece no UNASP

Mulher Afro-Brasileira é lembrada em Seminário da Consciência Negra

Jovem universitária conta como é lidar com o preconceito em 4° Seminário de Consciência Negra realizado no Unasp, campus Engenheiro Coelho Após lutas por igualdade de direitos travada no último século, a mulher contemporânea ainda não teve o seu verdadeiro valor adquirido. Segundo estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o salário médio […]

Texto: Assessoria de Imprensa

Jovem universitária conta como é lidar com o preconceito em 4° Seminário de Consciência Negra realizado no Unasp, campus Engenheiro Coelho

Após lutas por igualdade de direitos travada no último século, a mulher contemporânea ainda não teve o seu verdadeiro valor adquirido. Segundo estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa 62% do de um homem com a mesma escolaridade.

Mas e se colocarmos mais uma comparação nesta estatística, à mulher negra? O que é ser mulher negra em nossa sociedade contemporânea. Segundo o Mapa da Violência 2015, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.

Em um debate realizado na noite da última quinta-feira (8), no Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho, o 4° Seminário da Consciência Negra teve como um dos assuntos, o posicionamento da mulher Afro-brasileira na contemporaneidade. Debatido pela organizadora Dra. Germana Ponce de Leon Ramirez e a aluna do último ano de pedagogia, Athaise Silva Pereira, a conversa teve como foco a vivencia da aluna neste contexto.

“O Brasil fala que é um país que não existe preconceito, mas a realidade é bem diferente. Para mim é bem complicada esta questão, por que vejamos, existem negras ícones em nosso país como; Tais Araújo, Cris Viana, Maju Trindade entre outras, mas mesmo assim sofrem preconceito. E eu que não tenho voz nenhuma, não sou um ícone, eu sou apenas mais uma que anda nas ruas sofrendo preconceito do mesmo jeito, por isso que eu falo, é difícil discutir e não houver mudanças”, desabafa Athaise.

Para a professora Germana Ramirez este assunto é de total interesse não só para estudantes da área educacional, mas também para o restante da comunidade que busca conhecer e ter visões reais da situação de nossa sociedade. “O assunto é tão serio, mas o que se fala e se debate é muito pouco. A discriminação, o preconceito, o racismo foram formadas ao longo dos séculos. É uma ideologia que foi sedimentada, reafirmada e ainda é reafirma hoje infelizmente por sua grande maioria pelas mídias, meios de comunicação, livros, livros paradidáticos, palestras e infelizmente posturas de professores,” relata.

Assumir sua identidade visual e cultural faz parte do eu verdadeiro. Saber lidar com as situações, mesmo que elas são consideradas negativas e o que afirma Athaise. “Eu acho que a peça central é aceitação, amor próprio, pois ao longo dos anos, vemos muitas pesquisas, movimentos entre outros eventos de mulheres indo às ruas, falando da importância de se amar de se valorizar, ok eles existem, mas se eu não me aceito como eu sou? Eu tenho que para e analisar, eu sou assim, pois sou a imagem e semelhança de Deus e isso sou eu, independente do que as pessoas falam”, afirma a universitária.

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