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Fórum discute os desafios da educação confessional no Brasil

Por Rosemeire Braga Como abertura das comemorações dos 100 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo, UNASP, campus São Paulo, educadores de todo o Brasil reuniram-se, nesta quarta-feira,12, no campus localizado na zona sul de São Paulo para o I Fórum das IES Confessionais brasileiras. O programa foi organizado pela ANEC e pela ABIEE. […]

Texto: Redação

Por Rosemeire Braga

Como abertura das comemorações dos 100 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo, UNASP, campus São Paulo, educadores de todo o Brasil reuniram-se, nesta quarta-feira,12, no campus localizado na zona sul de São Paulo para o I Fórum das IES Confessionais brasileiras. O programa foi organizado pela ANEC e pela ABIEE.

Esta é a primeira vez que ocorre um fórum desta natureza no Brasil. Segundo o idealizador do evento o 1º vice- presidente da ABIEE e reitor do UNASP, Euler Bahia, a proposta do evento foi fazer um levantamento diagnóstico dos desafios da categoria e criar estratégias para assegurar plenamente o direito de cada instituição continuar desempenhando o seu papel. “No cenário da educação brasileira há um importante papel a ser desempenhado pelas instituições confessionais, e este fórum vem para revitalizar o senso de valor e a importância destas instituições neste contexto. Nós vemos o indivíduo como um ser intelectual, emocional, físico, relacional e espiritual e prezamos pela formação integral do ser”, diz.

Representantes do governo brasileiro estiveram presentes no evento como o Secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Speller que fez a conferência magna de abertura apresentando a conjuntura educacional do Brasil e a contribuição da educação confessional. Segundo ele, as instituições confessionais possuem um papel que é reconhecido pela sociedade brasileira na formação de jovens que se expande para a educação superior na formação de quadros técnicos, profissionais, docentes. “O governo reconhece que as confessionais ocupam um espaço importante e as 20 metas do plano nacional de educação abrem perspectivas bastante importantes para todos e em especial para os confessionais”, destacou.

Além deste reconhecimento segundo ele, o país precisa estar preparado para os desafios futuros e moralmente instruídos e as instituições confessionais tem um papel relevante neste cenário. “As confessionais têm uma contribuição importante a dar visando à construção em nosso país de uma sociedade mais justa e mais solidária, pois o trabalho que realizam não se limita aos muros dos seus campi, mas também atinge os entornos e a comunidade em que estão inseridos”, afirmou. Speller colocou todo órgão governamental que representa à disposição para a continuidade dos diálogos deste segmento.

Educação confessional em pauta

Para o diretor presidente da ANEC e reitor do Unissalle/RS, Paulo Fossatti, há o desejo das confessionais estreitarem vínculos com os governos para a participação das políticas públicas do país de forma mais direta. “Queremos reafirmar que estamos contribuindo para a sociedade brasileira e desejamos de uma forma direta, participar principalmente da implementação do plano nacional de educação, onde o governo tem metas ousadas e nós confessionais em nossa estrutura, temos pessoas bem preparadas, temos projeto político pedagógico que pode sim alavancar e contribuir com várias das metas do plano nacional de educação”, frisa.

O presidente da ABIEE e Reitor da Universidade Presbeteriana Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto concorda com Fossatti e reforça que esta é uma boa oportunidade para a troca de experiências e a discussão de políticas públicas voltadas para a educação e o respeito às questões confessionais. “Somos um estado laico e nós temos que lutar para que este aspecto laico do estado possa ser preservado, ou seja, nós não admitimos que nenhuma lei venha interferir o nosso direito de livre pensamento em relação aquilo que nós cremos, a filosofia do que nós defendemos, pois as universidades confessionais não pregam qualquer proselitismo religioso”, reafirma ele.

Participou também do fórum o Presidente da Câmara de Educação Superior do CNE Dr. Erasto Fortes Mendonça. Ele apresentou a palestra Confessionalidade e Qualidade do Ensino: O olhar do CNE. Ele diz que este é o momento de caracterizar um pouco mais qual é a imagem e o papel específicos das IES Confessionais para a educação brasileira e se caracterizar a confessionalidade como uma marca da instituição.

Ao falar dessa marca, ressaltou que o evangelho, a bíblia é o que une os cristãos e que pensa que a profissão dos pressupostos deve estar baseada nestes valores. “A fonte do pensamento cristão está no que Jesus fez e do novo mandamento que deixou: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. E isso é o que deve caracterizar as IES Confessionais, construir um ambiente acadêmico e pedagógico e um clima organizacional que permita que as pessoas de fora olhem e digam: vejam como eles se amam”, diz ele que espera que este fórum seja o primeiro de muitos e coloca o CNE à disposição como fonte de consulta para aprofundar este debate.

O responsável pela área de Educação da Igreja Adventista na América do Sul, pastor Edgard Luz assistiu o evento e ressalta a importância de se defender e discutir a missão das confessionais. “Quando nós vemos um fórum como este onde outras instituições se somam também a este mesmo projeto, nós ganhamos força perante a comunidade não apenas como um conjunto de instituições confessionais mas como instituições que tem uma proposta além daquela que o estado ou que outras instituições oferecem”.

O anfitrião do evento, o Diretor Geral do UNASP-SP, Helio Carnassale diz ser significativo abrir as comemorações dos 100 anos do UNASP-SP com este fórum. “Sediar este vento é um privilégio pra nós pois é a primeira vez que estas duas grandes associações confessionais, a ANEC e ABIEE se reúnem para discutir uma pauta em comum num mesmo local e como instituição confessional, e abrir as atividades do nosso centenário com uma pauta acadêmica confessional é tudo de bom”.

Algumas pessoas que vieram ao evento ficaram impressionadas com a riqueza da discussão em pauta como o Diretor Institucional da Federação Israelita do Estado de São Paulo (entidade que representa e coordena os judeus no estado de São Paulo),Dr.Alberto Milkewitz.

A proposta do vento o impressionou como algo novo e por sentir que há educadores com as mesmas preocupações que ele. “A gente não educa no vazio, educa no contexto, e o contexto do brasil atual tem algumas peculiaridades que algumas delas podem ser consideradas um pouco inóspitas para tudo que tem a ver com o ensino associada a algum tipo de fé. Foram feitas aqui apresentações interessantes e de qualidade e isso não se encontra em qualquer lugar, afinal poucos se reúnem para fazer estes tipos de encontros”, comenta.

Resoluções do fórum

Além das palestras, discussões e plenárias realizadas, no encerramento do evento foi feita uma carta do fórum de IES Confessionais intitulada “Compromisso com a educação e a liberdade”. Este documento é um marco e expressa de forma integrada o posicionamento das instituições confessionais hoje e a sua atuação no futuro e torna claro para toda a sociedade o pensamento das instituições de ensino superior confessionais que se reuniram neste encontro.

 

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