Acontece no UNASP

Encontro reúne surdos e intérpretes do Estado de São Paulo no Unasp

  Evento trouxe como palestrante o primeiro pastor surdo Adventista da América do Sul De acordo com o IBGE, 9,7 milhões de brasileiros são surdos ou têm alguma deficiência auditiva, o que representa 5,1% da população. Para se comunicar, esse público utiliza a libras, oficializada como língua brasileira no ano de 2002 pela Lei ° 10.436, […]

Texto: Tátila França

 

Evento trouxe como palestrante o primeiro pastor surdo Adventista da América do Sul

De acordo com o IBGE, 9,7 milhões de brasileiros são surdos ou têm alguma deficiência auditiva, o que representa 5,1% da população. Para se comunicar, esse público utiliza a libras, oficializada como língua brasileira no ano de 2002 pela Lei ° 10.436, de 24 de abril. Em 2005, um decreto instituiu a obrigatoriedade da inclusão de pessoas surdas nos processos seletivos de instituições federais de ensino. Apesar dos avanços com a legislação, os surdos ainda estão longe de alcançar a plena inclusão na sociedade. A falta de “ouvintes” que utilizam a libras acaba intensificando a barreira linguística.

Pensando na inclusão de pessoas com deficiência auditiva nas atividades da igreja, o Ministério de Surdos do Unasp, campus Engenheiro Coelho, realizou o I Encontro de Surdos e Intérpretes. A data do evento foi escolhida propositalmente para coincidir com a semana de comemoração ao Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro. O mês de setembro ganha a cor azul para esse grupo, representando a luta pelos direitos da comunidade dos surdos.

“Esse encontro é para trazer surdos de fora, para conhecer os nossos surdos, os nossos intérpretes. É uma troca que a gente faz com o propósito de evangelização”, conta Jusiara Bispo, diretora do ministério no Unasp. Segundo a organizadora, o objetivo do programa é preparar os participantes para desenvolver trabalhos dentro da igreja. Não apenas dando acesso à informação, mas para que aprendam, pratiquem e evangelizem outras pessoas.

Pessoas da capital e interior do Estado marcaram presença. Os remédios naturais e a história dos pioneiros foram os temas abordados. Assuntos corriqueiramente tratados dentro da igreja, mas que não chegam com a mesma facilidade para esse público. Marco Antônio ficou sabendo do encontro por intermédio de um amigo. Quando tomou conhecimento dos assuntos bíblicos a serem abordados, o interesse surgiu no mesmo instante. “É primeira vez que eu participo de algo assim, e gostaria que tivesse outros para eu aprender mais. Quero salvar e evangelizar outros surdos”, afirma.  Antônio frequenta a igreja e já está com o batismo marcado para o final deste mês.

Palestrante

Douglas Domingos da Silva, orador do encontro, é o primeiro pastor surdo adventista da América do Sul. Ele apresentou uma mensagem de reflexão e uma palestra sobre saúde traduzida simultaneamente por interprete que o acompanha. “A gente acredita que o surdo tem muitos dons escondidos. E é por isso que incentivamos esses eventos. Eles precisam desenvolver e utilizar esses dons através da participação em encontros como esse. O surdo também é capaz de ser mensageiro do evangelho”, destaca.

Ministérios

O primeiro ministério de surdos no Estado de São Paulo surgiu em 1964, porém, só foi oficializado pela Divisão Sul-Americana a partir de 2008. Hoje, dos 164 ministérios espalhados pelo Brasil, 40 estão no território paulista. Esses grupos tem trazido muitos frutos ao longo dos anos. Um exemplo disso foi o surgimento da primeira Igreja Adventista para Surdos em Engenho Velho de Brotas (BA).

 

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