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Aluno do Colégio UNASP pesquisa tratamento para o câncer de colo do útero

Ele possui apenas 16 anos, mas já participou da Intel ISEF (International Science and Engineering Fair) – a maior feira científica pré-universitária do gênero no mundo. Eduardo Padilha Antônio, aluno do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio UNASP-SP é um jovem cientista que começou a carreira cedo. Quando estava no nono ano do Ensino […]

Texto: Redação

Ele possui apenas 16 anos, mas já participou da Intel ISEF (International Science and Engineering Fair) – a maior feira científica pré-universitária do gênero no mundo. Eduardo Padilha Antônio, aluno do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio UNASP-SP é um jovem cientista que começou a carreira cedo.

Quando estava no nono ano do Ensino Fundamental, por ser aluno da Academia de Artes (ACARTE) do UNASP-SP, sabia que a instituição tinha laboratórios e decidiu perguntar para um monitor se poderia acompanhar e ver o que era realizado lá. Conversou com o Prof. Luciano Senti e pediu para fazer uma espécie de estágio no laboratório. Começou, então, a acompanhar as atividades com o professor Senti. “O professor Luciano me ajudou, incentivou e um dia me levou à UNIFESP, onde ele faz pesquisa. Isso ampliou meus horizontes. Depois dessa experiência, eu soube que gostava de pesquisa científica. A oportunidade que o professor Luciano me deu aqui mostrou que meu sonho de pesquisa não era algo tão distante”, afirma Padilha.

Ele ajudava o professor Senti e os monitores. Conheceu como se prepara a vivência do dia a dia de um laboratório e ainda assistiu a algumas aulas, como ouvinte, na faculdade de Biologia.

Mesmo fazendo pesquisa nos laboratórios do UNASP-SP, Padilha resolveu enviar e-mails para a USP a fim de tentar um estágio em algum laboratório que tivesse uma linha de pesquisa que lhe interessasse. “Eu me apresentei como aluno do UNASP-SP e falei sobre o interesse de conhecer outro laboratório. Foi grande a minha surpresa quando uma das pesquisadoras respondeu o e-mail e me encaminhou para um amigo dela que poderia ajudar com o meu propósito”, diz ele.

Após a resposta positiva do professor, Padilha foi conhecer o laboratório na USP. O aluno se propôs a voltar lá outras vezes. O professor combinou com ele a realização de um estágio nas férias de julho do mesmo ano, o que aconteceu em julho de 2010 e abril de 2011, acompanhado sempre por uma funcionária da USP.

Padilha prosseguiu ajudando nas atividades dos laboratórios do UNASP-SP e participando de programas de iniciação científica para alunos do Ensino Médio na USP. O programa só aceitava alunos de escola pública. Ele estudava, agora, no Ensino Médio do UNASP-SP, uma escola particular. Em 2013, mesmo sem auxílio financeiro de uma bolsa da USP, conseguiu ingressar no programa.

Lá, começou a desenvolver o projeto de pesquisa intitulado “EFEITOS DA TRANSFORMAÇÃO DE CÉLULAS XP POR GENES E6 E E7 DE HPV NAS RESPOSTAS À LUZ UV: Letalidade Sintética e as perspectivas para o tratamento do câncer de colo de útero”. O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Reparo de DNA da USP. O objetivo do projeto é buscar novas formas de tratamento para o câncer de colo de útero.

Foram realizados testes em laboratório e a expectativa (estudo que está sendo desenvolvido agora) é levar células tumorais à morte e conseguir o resultado destas células nos organismos vivos a fim de que os portadores da doença obtenham melhora.
Ao fazer os experimentos, o aluno e os demais pesquisadores discutiram, juntos, os resultados. O aluno sugeriu aos professores que enviassem o trabalho para algumas feiras de ciências. O trabalho foi enviado primeiro para a Mostra Paulista de Ciências e Engenharia, MOP, em dezembro de 2013. Entre os 273 projetos finalistas, estava o projeto de Padilha.

Ele já estava feliz por ir para a final. Ao fim do evento, foi surpreendido com o primeiro lugar na área de ciências biológicas. Nesta ocasião, além de ganhar um tablet pelo primeiro lugar, recebeu também uma bolsa de iniciação científica do CNPQ. Com a conquista, seu projeto foi, automaticamente, enviado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, FEBRACE, a maior feira de ciências do Brasil.

Foram cerca de 2 mil trabalhos enviados à FEBRACE. Destes, 300 foram selecionados para a final. “Eu jamais imaginei que ficaria entre os finalistas, pois é muito concorrido. Mas fui surpreendido ao ir para a final, e depois por receber o primeiro lugar na minha categoria. Com isso, fui automaticamente credenciado para a International Science and Engineering Fair – Intel ISEF, maior feira de ciências e engenharia do mundo”, comenta ele.

Padilha foi um dos 17 estudantes brasileiros selecionados para participar da Intel ISEF que ocorreu de 11 a 16 de maio em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Lá foram apresentados mais de 1700 trabalhos de 70 países. Os jovens cientistas mostraram seus talentos e cientistas doutores revisaram e julgaram os trabalhos. Padilha não foi premiado na Intel ISEF deste ano, mas viveu uma experiência única. “Foi incrível! Conheci pesquisadores de todo o mundo e fiz vários contatos importantes e, o melhor, vi trabalhos de estudantes como eu. Apresentei meu projeto em inglês para professores doutores de várias universidades americanas. Cresci muito com isso. A experiência abriu minha mente e me deu muitas novas ideias e motivação para continuar”, reafirma ele, que já se prepara para uma feira internacional que ocorre ainda este ano no estado do Rio Grande do Sul.

Quando questionado sobre como se sente, ele diz que só tem a agradecer. “Quero fazer um agradecimento especial ao Laboratório de Reparo de DNA da USP, aos meus orientadores Veridiana Munford e Carlos Frederico Martins Menck e, claro, ao UNASP-SP e ao professor Luciano Senti pela oportunidade e paciência que teve comigo no início do processo de iniciação científica. Esta oportunidade teve um papel fundamental e me ajudou muito para as conquistas”, conclui.

por Rosemeire Braga

 

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